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quarta-feira, 31 de março de 2010

Friendship part III.

Texto feito ás 00 hrs e 25 min do dia 31 de março de 2010.
Era 2004. Tinha cerca de dois meses que eu havia me mudado, e ainda não conhecia, nem falava com ninguém. Nunca fui espontânea com essas coisas de puxar amizades. Mas para toda regra, há uma exceção.
Me lembro como se fosse ontem... Perto do anoitecer, estava assistindo televisão, mas algo não me deixava prestar atenção no que ela dizia. Era o som de gritos, risadas e bola batendo no chão. Fui dar uma espiadinha no portão e me deparei com uma rodinha enorme de pessoas jogando três cortes. Eu me roendo de vontade de jogar também, não tive coragem de ir por causa da minha timidez idiota. Foi então que meu irmão me deu um toque, me dizendo pra largar de ser mongol. Tá, foi meio bruto, mas me encorajou. Vesti uma roupa melhor do que meu moletom velho e fui. E voltei. E fui e voltei de novo. Demorei uns 15 min pra sair enfim. Ao sair, me aproximei lentamente da roda e perguntei tão baixo que acho que nem a minha alma devia ter escutado: ' Posso jogar também?' Mas achei errado. Ele, um menino bem simpático, com olhos sorridentes, concordou numa empolgação sem igual. Todos me receberam muito bem, e foi super divertido. No outro dia, um pouco mais cedo, o menino dos olhos sorridentes bateu lá em casa perguntando se eu estava afim de andar de bicicleta. Concordei e logo saí. Tinha duas meninas com ele,uma magra de cabelos compridos e loiros acinzentados, super empolgada. A outra era morena, de cabelos cacheados, magrinha também, e era um pouco mais tímida. Passamos o resto do dia andando de bicicleta. E foi assim que tudo começou.
O tempo passou e muitas coisas mudaram, muitas pessoas vinham e iam, mas o menino com olhos sorridentes e a menina que só no inicio era tímida, sempre estiveram junto de mim.
Nossa, quanta coisa bizarra fizemos juntos ! As luvas com agua, a esquadrilha tchutchucões, o produtchinho, as lavagens de carro que sempre acabavam em banho, as comidas bizarras, as noites em claro rindo, a Gisele nos ataques de dar medo, o Gustavo com as piadas sem graça, que no fundo até tinham um pouco. Aah e quando eu tinha medo de ficar em casa sozinha durante um temporal? Eles estavam aqui. Quando meu gato passava mal e eu não sabia o que fazer? Eles estavam aqui. Quando eu estava na fossa, após o fim de um namoro mal sucedido e morreendo de tristeza? Eles estavam sempre aqui. Comigo. Me ajudando e me alegrando.
Assim como sempre que puder, estarei junto deles para pirraça-los e nunca deixar que eles fiquem tristes pelo motivo que for. Tosquele, Tavinho e ser estranho. Seremos sempre os três mosqueteiros. Juntos e invencíveis!

terça-feira, 30 de março de 2010

Friendship part II.

Texto feito ás 00 hrs e 32 min do dia 30 de março de 2010.
Era 2008. Minhas mãos soavam frio, minhas pernas mal conseguiam andar de tanto tremer, e minha barriga estava em um frio semelhante ao das águas congelantes do Oceano Pacífico. Era meu 1º dia como estagiária no TRE. Ao passar pela recepção, uma moça gentil me levou á sala da coordenadora de estagiários, e ela me levou ao palco de grande parte dessa história. A última sala, no final do corredor. Aquela com uma placa com o nome SEARQ pendurada na porta, era o meu destino.
Ao entrar, me deparei com aquela que seria minha chefe pelo tempo em que estagiaria lá. (foi o que eu pensei né? mas..) Ela me recebeu com um jeito apressado e histérico, meio peculiar.. Entrando um pouco mais na sala, havia uma mesa enorme com muitas pastas e documentos em cima dela, e nela tinham três pessoas trabalhando: uma menina morena da cor de jambo, com cabelos compridos lisos e pretos, alta, um pouco engraçada e muito tagarela, um garoto com fones de ouvido, cabelo preto espetado, calado e bastante concentrado, ele tambem devia ser novato. E uma mulher de cabelos alaranjados, com óculos, e muito simpática. Ela era aquela que seria meu anjo da guarda dali para frente.
Indo mais fundo na sala, tinha um lugar do qual chamavam de 'aquário'. Lá estavam os bam-bam-bans! Era uma sala fechada por paredes de vidro. Lá estava uma menina muito bonita de longos cabelos castanhos claros e grandes olhos atentos. Seu rosto parecia o de uma boneca delicada. Logo ao seu lado, tinha um menino bem bonito também. Era entre todos, o que mais falava. Moreno, alto, e um sorriso de hipnotizar! Enfim.. Atrás dele, tinha uma menina branca de cabelos cacheados, era a mais tímida do grupo. Ao lado dela, tinha um grandão de dar medo! Ele era intimidador... Bem na dele, mas super gaiato. Junto com o cara do sorriso bonito, eles eram impossíveis, e minha chefe toda hora berrava com eles. Era até engraçado! E logo mais na frente tinha um menino bem estranho. Parecia que ele sempre vivia com sono. Com fones de ouvidos ele quase não falava também, mas era muito engraçado.
Ah! Pulei uma parte. Antes desse 'aquário' tinha o lugar onde os servidores se sentavam. Mas eu não sabia que todos que estavam sentados ali eram servidores. E não eram mesmo. Tinha duas meninas. Uma negra bem bonitinha, que namorava o cara que trabalhava na maquina xerox, em outra seção. E uma que falava mais do que o homem da cobra, minha chefe dava uns berros estranhos para ela também. E tinha dois homens. Um super calado, que mascava chiclete o tempo todo e tomava café. E um, que inicialmente era o mais bonito. Pensei que namorava a menina de cabelos castanhos claros. Ele parecia ser gente boa. Mas essa minha impressão durou pouco, pouquíssimo, pra falar a verdade. Alto, magro,cabelos pretos e um sorriso contagiante! Seu único problema era ser irritante ! Acho que ele só conseguia trabalhar cantando, foi o que pensei. Com uma voz rouca e aguda (imagine), ele cantava quase que frenéticamante ' I shot the sheriff '. O pior é que ele cantava isso mesmo! Até o toque do seu celular era esse! Logo pensei que seria ele, o problema do meu mais novo estágio.
Passou 1 mês, 2 meses, 3 meses e não é que ele nunca mais cantou a musica? E até que ele era suportável. Muitas conversas, e viramos amigos. Muito amigos por sinal! Nossa, ao olhar para ele, eu me via. Mesmos gostos musicais, mesmas manias, filmes, brincadeiras.. Eu brincava dizendo que ele era o meu eu masculino!
4 meses, 5 meses, 6 meses, éramos quase irmãos. Nasceu uma cumplicidade absurda entre nós! Ele me mostrou um lado meu que eu não conhecia. Quando estávamos juntos, não era preciso fingir, nem mentir. Era uma coisa que fluía naturalmente (como com a menina dos olhos de jabuticaba).
7 meses, 8 meses se passaram, e ele se foi. Mas não me abandonou. Nunca. Cinemas, telefonemas, shows, eventos.. A gente sempre se esbarrava por algum lugar.
1 ano, 2 anos e continuamos ai, não com a mesma convivência de antes, mas o carinho sem dúvida é o mesmo!
No dia 9 de dezembro de 2009 foi quando ele mais me surpreendeu aparecendo na minha formatura. E foi quando eu percebi que não importa o tempo que passe, a distancia não atrapalharia. Porque, toda vez que nos vemos parece que nunca perdemos contato realmente. E eu sei que ele é um dos poucos que me entende e me acompanha nas minhas loucuras. Um amigo-irmão. Meu eu homem. O Sr. pelancudo.
Que faz falta nas minhas tardes vazias.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Friendship part I.

Essa semana resolvi fazer uma coisa diferente.Todos os dias falarei de alguém que foi realmente especial na minha vida. E as pessoas que não aparecem, não se preocupem, vocês também foram especiais. Mas de formas diferentes =D

Para o texto de hoje escolhi duas pessoas que desde o inicio estiveram comigo.

Texto feito ás 2 hrs e 27 min da madrugada do dia 29 de março de 2010.

Era 2004. Quase ninguém se conhecia, quando por acaso, uma menina branca, de cabelos negros, com postura de ginasta, sugeriu uma brincadeira : amigocarta. Tá. Como vou fazer uma carta para alguém que eu nem conheço? Ao abrir o papelzinho tinha o nome 'Alex' escrito nele. Ah! O de cabelos castanhos claros, olhos verdes e metido a inteligente. Confesso. Uma certa antipatia surgia de mim ao ouvir o nome dele.. Assim como em quase toda a escola. E foi assim, na 6ª serie, que tudo apenas começou.

E quem era aquela que vivia nas 'sombras' daquela que era popular? Aqueela que por cima dos olhos cor de jabuticaba, usa óculos e se senta no centro da sala, que é dedicada e todos os professores adoravam? A representante de turma? O nome dela é Rafaela. Ah com ela as coisas fluíam mais naturalmente do que com o menino de cabelos castanhos. Mas a minha historia com ela só foi acontecer um tempinho depois..

2 anos se passaram..

E lá estávamos nós. O menino do cabelo castanho já não me causava antipatia, e a menina dos olhos de jabuticaba já havia saído das 'sombras'. foi então que tcharam! Descobri nela uma pessoa sensacional e que a partir dali, nada nos separaria! Ah e ele.. sempre ouvindo meus lamentos, meus choros intermináveis e minhas alegrias!

3..4..5..6 anos se passaram..

E o que restou? Tantas coisas passamos juntos não é mesmo? Desde ir a uma loveparade e dançar até o amanhecer, a tomar o 1º porre, ir ao show do móveis, matar aulas, entrar em uma sex shop! hahaha. Conselhos, risadas, choros, e a única coisa que temos enfim, são as lembranças que nos fazem choraar de tanto rir e nos emocionam. Mas eu sei que ainda existe um laço que nos puxe de volta uns para os outros nos unindo e impedindo que nos separemos de alguma forma. Ele sabe que não foi a toa que fiquei com ele até 4 da manha assistindo um seriado gay [ta certo que eu dormi na metade dele, mas o que vale é a intenção né?] e ela sabe que todaas as noites em claro conversando, confessando segredos, e coisas que só a gente entende nunca vão ser superados por nada no mundo..

E pensar que tudo começou com um amigocarta...Tenhos vocês no coração para sempre. Pode ter certeza (:

sábado, 20 de março de 2010

aah aquela dança..

Sabe, nesses meus dias meio que atoas, eu fico pensando muito na vida. Tudo o que fiz, tudo o que quero fazer.. e sei la.. O sentimento que mais surge nesses momentos não é como a saudade, que aos poucos vai 'curando'. É algo além, mais vazio, mais intenso e que parece ser incurável. Mas o mais estranho nisso tudo, é que a sensação é boa, muito boa por sinal.

Um dia, rodando pelos canais, me deparei com um filme que me fez ver do que eu realmente mais sinto falta. dançar. Aah aquela dança..Tão majestosa, tão pura, tão simetricamente perfeita, tão frágil e sincera. Cada pirueta bem dada era motivo de uma lágrima de alegria sair dos meus olhos. Cada hora de ensaio, valia após uma serie de aplausos. E cada gota de suor, valia por toda a paixão entregue ao momento. aah que falta me faz as broncas da professora, que falta faz as noites mal dormidas por conta da anciosidade da apresentação no dia seguinte, que falta faz sair com os pés doendo de tanto ensaiar, que falta eu tenho de ser entregue a uma única coisa..Ahh se eu soubesse desde o principio que seria assim..teria cuidado um pouco mais dos meus joelhos.