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terça-feira, 30 de março de 2010

Friendship part II.

Texto feito ás 00 hrs e 32 min do dia 30 de março de 2010.
Era 2008. Minhas mãos soavam frio, minhas pernas mal conseguiam andar de tanto tremer, e minha barriga estava em um frio semelhante ao das águas congelantes do Oceano Pacífico. Era meu 1º dia como estagiária no TRE. Ao passar pela recepção, uma moça gentil me levou á sala da coordenadora de estagiários, e ela me levou ao palco de grande parte dessa história. A última sala, no final do corredor. Aquela com uma placa com o nome SEARQ pendurada na porta, era o meu destino.
Ao entrar, me deparei com aquela que seria minha chefe pelo tempo em que estagiaria lá. (foi o que eu pensei né? mas..) Ela me recebeu com um jeito apressado e histérico, meio peculiar.. Entrando um pouco mais na sala, havia uma mesa enorme com muitas pastas e documentos em cima dela, e nela tinham três pessoas trabalhando: uma menina morena da cor de jambo, com cabelos compridos lisos e pretos, alta, um pouco engraçada e muito tagarela, um garoto com fones de ouvido, cabelo preto espetado, calado e bastante concentrado, ele tambem devia ser novato. E uma mulher de cabelos alaranjados, com óculos, e muito simpática. Ela era aquela que seria meu anjo da guarda dali para frente.
Indo mais fundo na sala, tinha um lugar do qual chamavam de 'aquário'. Lá estavam os bam-bam-bans! Era uma sala fechada por paredes de vidro. Lá estava uma menina muito bonita de longos cabelos castanhos claros e grandes olhos atentos. Seu rosto parecia o de uma boneca delicada. Logo ao seu lado, tinha um menino bem bonito também. Era entre todos, o que mais falava. Moreno, alto, e um sorriso de hipnotizar! Enfim.. Atrás dele, tinha uma menina branca de cabelos cacheados, era a mais tímida do grupo. Ao lado dela, tinha um grandão de dar medo! Ele era intimidador... Bem na dele, mas super gaiato. Junto com o cara do sorriso bonito, eles eram impossíveis, e minha chefe toda hora berrava com eles. Era até engraçado! E logo mais na frente tinha um menino bem estranho. Parecia que ele sempre vivia com sono. Com fones de ouvidos ele quase não falava também, mas era muito engraçado.
Ah! Pulei uma parte. Antes desse 'aquário' tinha o lugar onde os servidores se sentavam. Mas eu não sabia que todos que estavam sentados ali eram servidores. E não eram mesmo. Tinha duas meninas. Uma negra bem bonitinha, que namorava o cara que trabalhava na maquina xerox, em outra seção. E uma que falava mais do que o homem da cobra, minha chefe dava uns berros estranhos para ela também. E tinha dois homens. Um super calado, que mascava chiclete o tempo todo e tomava café. E um, que inicialmente era o mais bonito. Pensei que namorava a menina de cabelos castanhos claros. Ele parecia ser gente boa. Mas essa minha impressão durou pouco, pouquíssimo, pra falar a verdade. Alto, magro,cabelos pretos e um sorriso contagiante! Seu único problema era ser irritante ! Acho que ele só conseguia trabalhar cantando, foi o que pensei. Com uma voz rouca e aguda (imagine), ele cantava quase que frenéticamante ' I shot the sheriff '. O pior é que ele cantava isso mesmo! Até o toque do seu celular era esse! Logo pensei que seria ele, o problema do meu mais novo estágio.
Passou 1 mês, 2 meses, 3 meses e não é que ele nunca mais cantou a musica? E até que ele era suportável. Muitas conversas, e viramos amigos. Muito amigos por sinal! Nossa, ao olhar para ele, eu me via. Mesmos gostos musicais, mesmas manias, filmes, brincadeiras.. Eu brincava dizendo que ele era o meu eu masculino!
4 meses, 5 meses, 6 meses, éramos quase irmãos. Nasceu uma cumplicidade absurda entre nós! Ele me mostrou um lado meu que eu não conhecia. Quando estávamos juntos, não era preciso fingir, nem mentir. Era uma coisa que fluía naturalmente (como com a menina dos olhos de jabuticaba).
7 meses, 8 meses se passaram, e ele se foi. Mas não me abandonou. Nunca. Cinemas, telefonemas, shows, eventos.. A gente sempre se esbarrava por algum lugar.
1 ano, 2 anos e continuamos ai, não com a mesma convivência de antes, mas o carinho sem dúvida é o mesmo!
No dia 9 de dezembro de 2009 foi quando ele mais me surpreendeu aparecendo na minha formatura. E foi quando eu percebi que não importa o tempo que passe, a distancia não atrapalharia. Porque, toda vez que nos vemos parece que nunca perdemos contato realmente. E eu sei que ele é um dos poucos que me entende e me acompanha nas minhas loucuras. Um amigo-irmão. Meu eu homem. O Sr. pelancudo.
Que faz falta nas minhas tardes vazias.