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sábado, 7 de março de 2009

Para ele.


Um dia li um texto que me chamou muita atenção pela sua intensidade e simplicidade. E que no momento em que li, me veio uma única pessoa em mente...

"Imagine que ser irmão é existir em conjunto. Ser alguém que somente por existir já sente a presença de outro, e tem aquele jeito estranho de gostar.Como assim?
Lembro-me que uma das descrições de irmandade mais curiosas que eu recebi foi a seguinte:“Não gosto do meu irmão, não falo com ele há mais de três anos, mas se um dia eu o encontrar na rua apanhando, vou ajudá-lo, posso até não falar com ele, mas vou ajudá-lo” – Estranho? Acho que não o amor de irmão é muito mais que palavras – perceba que não estou dizendo que o depoimento é coerente.
Imagine que um irmão tem o papel de parceiro, ele é o cara que ensina a empinar pipas, que ensina que rodar peão, que ensina como chegar até a pessoa desejada e por vezes amada.Irmandade é uma ligação infinita que não se rompe com a distância de continentes ou o (sem virgula entre infinita e irmão) arremesso de travesseiros ou roupas sujas.
Mojica Marins (como Zé do Caixão) diz que só o sangue é eterno – bonito isso, ou não? -.Imagine que na sétima serie eu tinha um amigo que descobriu ter uma meio-irmã por parte de pai. Sabe o quê ele fez? Na primeira oportunidade que teve, “ficou” com ela. Só depois de muito tempo percebi que expressão era aquela nos olhos dos dois, havia um prazer diferente, uma cumplicidade que nunca mais vi no olhar de nenhum outro casal – e olha que eu só fui saber de Calígula alguns anos depois.
Imagine que o sangue é eterno - Mesmo em casos como estes, onde os sentimentos estão fora de ordem – ao menos na opinião de quem escreve – ser irmão é existir em companhia, é uma amizade desde já consumada e assumida, ou uma cumplicidade, se preferir. Não sei porque os dois primeiros irmãos brigaram, nem como era o ambiente da casa do meu amigo, mas imagino que nada disto fez diferença no sentindo mais simples, são cúmplices, estão unidos.
Imagine o sangue eterno ao que eu me refiro. Não é da placenta, ou do DNA do pai. Quando digo da ligação de sangue entre irmãos, não excluo a ligação dos irmãos de criação, pois sei que, facilmente, um daria o sangue pelo outro (ou um rim talvez). É Disto que estou falando (desta vez sou eu e não o Mojica), o sangue se torna eterno quando o entregamos para o outro."


Para ele que é tão especial, em seu vigésimo quinto aniversário. Tiago Cardoso Guimarães.

3 comentários:

  1. O sangue se torna eterno quando o entregamos para o outro.

    É exatamente isso!

    ;@@

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  2. eu ainda não tinha lido sua postagem hoje, qnd comecei a fazer a minha, o engraçado é que mais uma vez nossos assuntos convergiram, o triste é que a minha é uma versão tristonha da sua, ou talvez esteja descrita na parte em que os irmãos não se falavam mas se ajudariam,
    sua postagem foi perfeita pra mim hoje, eu li e me fez ver que como eu já tinha dito na minha poesia, eu quero algo mais do que uma relação de sangue!
    Quer ser minha irmã?

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  3. "ser irmão é existir em companhia, é uma amizade desde já consumada e assumida, ou uma cumplicidade."
    Te amo novo irmão (L)

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